CENA
1: por volta das 13h, “O Bruxo” passa alegre e fagueiro com “O
instrumento – mui amigo da onça” (a letra i, intencional e
estrategicamente, é minúscula em virtude do
objeto-sujeito). “O Bruxo” - não que mereça as maiúsculas, mas
em nome da antítese em relação ao objeto-sujeito - pensa transitar
livremente pela tribo, a seu ver, inferior. Sente-se superior a tudo
e a todos.
CENA
2: não contava a dupla com um detalhe: la
chouette
estava no pedaço. A todos observava. A porta aberta. Olho vivo.
Vazio tétrico. Constrangimento. O poder místico da coruja:
mistério,
inteligência,
sabedoria,
conhecimento.
CENA
3: “O Bruxo” e “O instrumento” passaram horas confabulando
as quatro operações. Aquele com suas falácias. Este com os
cálculos. Nessa hora, la
chouette
quisera
ser uma mosca socrática espiã. Porém, dada a previsibilidade da
maldade da dupla, la
chouette
e
sua amiga “A Defunta” (aquela que morreu para Neverland
e
vive para suposta nova land)
conseguiram deduzir o ponto de chegada da profana comédia mundana.
CENA
4: depois das 16h, “O Bruxo” e “O instrumento” deixaram a
toca. O preceito bíblico se cumpriu: “Não há nada encoberto que
não venha a ser descoberto”. A dupla se foi. La
chouette
cerrou a porta da cela.
Texto adaptado: PRINCÍPIO DO FIM.
Arte em vinil e fotografia: Ana Paula Gomes. Ago.2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário