quarta-feira, 28 de agosto de 2019

De Tangará para o mundo!!!


DOS SANTOS

Daniel da Silva
Dos Santos não é
Deus é seu juiz
Na fé
Santo sem santidade quiçá
Mártir, apenas, da vida diária
Daniel da Silva
E não dos Santos
Daniel divino
Na esfera do profano
Em vez de Santos, Silva
Erro com essência de acerto
Daniel da Silva
Humano
Não é santo nem apostólico
Nome trocado
Nau que atraca em boa hora
Na baía de todos os santos
Cidadão mundano
Não nega suas raízes
Suas rimas são velas
Escalas, idas e vindas
De Tangará para o mundo
Defensor da singularidade nordestina
Valoriza as semelhanças
A fortaleza regional
Pela recitação ensina
Que todos somos brasileiros
Como reza o artigo 19
Da Constituição Federal
Somos nordestinos
Brasileiros somos
De mãos dadas erguidas
Brademos ao mundo
Nosso valor
Nada de dividir para conquistar
Mas servir com amor
Daniel da Silva...
Não é santo,
Mas é valente
Santo sem santidade
A poesia é o que sente
A liberdade é sua verdade


Uma homenagem ao amigo poeta Daniel Valente, orgulho de Tangará/RN.

Texto da poetisa cearense Ana Paula de Oliveira Gomes.

Do livro: POESIAS E ALFORRIAS.


Fotografia cedida pelo amigo poeta! Ago.2019.

Literatura: QUINHENTISMO.

Amigos, estudiosos do porte de Jânio Quadros (1966), preferem não utilizar a nomenclatura em pauta, mas LITERATURA DOS VIAJANTES E MISSIONÁRIOS, a exemplo da famosa carta de Pero Vaz de Caminha. Eis a literatura de conhecimento da terra!  

No Brasil, o que se convencionou denominar QUINHENTISMO expressa, assim, a literatura colonial. Nesse diapasão, insere-se a LITERATURA JESUÍTICA. Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis por produção literária relevante.

Além da poesia de devoção, cultivaram o teatro (caráter pedagógico), inspirado em passagens bíblicas. Produziram documentos informativos aos superiores hierárquicos europeus sobre o progresso dos esforços. 

Instrumento assaz utilizado para atingir o escopo pretendido (moralizar os costumes dos brancos colonos e catequizar os silvícolas) foi o teatro. Para isso, os jesuítas chegaram a aprender a língua tupi. 

Os silvícolas não eram apenas espectadores das peças teatrais. Também atuavam cenicamente, dançavam e cantavam. Jesuítas que se destacaram na produção literária da época: Pe. Manuel da Nóbrega, Pe. José de Anchieta (rol não taxativo).

Por falar em Pe. José de Anchieta, finalizo com dica de leitura poética: AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO. Paz e bem!!!

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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

IMERECIDAS VOGAIS


Ninguém merece…
a) Não merecer e ser tratado como ninguém
(A tudo se deve dizer amém?!)
Ninguém merece…
e) Café morno e cuscuz com ovo sem ovo
(Por que tanta demagogia com o povo?!)
Ninguém merece…
i) Viver sem paixão
(Que seria da vida sem a ilusão?!)
Ninguém merece…
o) Surdo muro ser
(É o caso de vossa mercê?!)
Ninguém merece...
u) Medição por régua curta
(Régua curta a vida não encurta?!)
Enfim…
A todos uma vida com muito sim
Ninguém merece ser conduzido!
Todo mundo é bendito
É só aprender a descobrir
A beleza do ir e vir!


Pela poetisa Ana Paula de Oliveira Gomes. Ago.2019.

😉😉😉😉😉

Sentados à beira do caminho!


Bairro de Fátima. Fortaleza/CE. 2018.

domingo, 25 de agosto de 2019

Paradigmas X sintagmas (e temas correlatos).

1) Eixo paradigmático ===> classes das palavras ===> possibilidades de escolha.

1.1) O estudo morfológico efetiva recorte no eixo paradigmático.

2) Eixo sintagmático ===> relações ===> articulação das palavras entre si.

2.1) O estudo sintático promove recorte no eixo sintagmático.

3) Fenômeno da adição ===> acrescenta algo à base (raiz ou radical). Ex.: luz + es (alomorfe de plural) = luzes.

(A) Sufixação ===> depois da base. Ex.: luzes.

(B) Prefixação ===> antes da base. Ex.: re + fazer = refazer.

(C) Infixação ===> dentro da base. Inexiste na língua portuguesa.

Obs.1: circunfixos = afixos descontínuos. Inexiste na língua portuguesa.

Obs.2: transfixos ===> são descontínuos e atuam em base descontínua. Inexiste na língua portuguesa. Há no hebraico.

4) Morfologia flexional ===> verbos: palavra flexionada de várias maneiras. Exs.: contou, contamos, contávamos.

5) Morfologia lexical ===> derivação dos nomes. Exs.: conto, contista, contador. Atenção: pode haver flexão dos nomes, a exemplo de plural e feminino. Inexiste flexão de masculino e singular (morfema zero).

6) Conceitos importantes da morfologia:

a) isolante ===> todas as palavras são raízes. Inexiste divisão. Exs.: línguas africanas, indígenas, asiáticas;

b) aglutinante ===> as palavras combinam raízes e afixos. Ex.: turco;

c) flexional ===> as raízes se combinam a elementos gramaticais indicativos da função das palavras. É o caso da língua portuguesa ===> traços flexionais e aglutinantes (é uma língua polissintética).

7) Morfes = variação dos morfemas.

8) Morfema = padrão esperado.

9) Combinação de morfemas:

(A) adição. Ex.: bar + es = bares;

(B) subtração. Ex.: menina = menino com a queda do /o/ e adição de /a/;

(C) reduplicação. Ex.: corréu;

(D) alternância. Ex.: cousa ou coisa.

10) É bom saber

- a unidade operacional da morfologia é o morfema;
- a morfologia trabalha no nível paradigmático da linguagem;
- compete à morfologia estudar a organização interna dos vocábulos e a classificação das palavras;
- os morfemas são considerados unidades mínimas de significado;
- o morfema lexical está a serviço do significado da palavra. Serve de base à formação de novas;
- alomorfia se associa à variação linguística das palavras.

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LIDA NORDESTINA


Pela poetisa Ana Paula de oliveira gomes

Salve a lavradora nordestina
Jesuína, Ana, Francisca… Enfim, toda Iara sozinha!
Que a colheita seja plena de graça
Mesmo sendo água tão escassa!
Salve Maria Santíssima, esperança nossa
A espera jamais será vazia se a fé for vossa
A vós bradamos, filhas de Eva
Nosso passado, o presente leva
Tanta água perdida neste vale de lágrimas...
Nossas lidas não podem ser ingratas...
Advogada nossa
Mãe generosa
Volvei a nós olhos afetuosos
Mãe de sentimento e razão misericordiosos
Que venha a nós Jesus
Cordeiro de luz
Bendito é o fruto de todo ventre
Que permite a caridade em noss’alma adentre
Oh doce sempre Maria
Espalhe bênçãos na sertaneja romaria
Rogai por nós Santa Mãe de Deus
Mãe de crentes e ateus
Que se concretizem as promessas do Cristo vivo
E não tarde o resplendor prometido
Abundância e prosperidade
Só aspiramos à simplicidade
Mãe de fidalgos e plebeus...
Seu terno olhar revela serem todas e todos – mais que um - para Deus!


Desenho de Sara Gomes - 12 anos. Ago.2019.


"VIBE" DO OXENTE?


Oi, pesssoas!

É com imensa alegria que noticio aprovação em seleção poética.

Aproveito a deixa para divulgar o genial blog http://folhinhapoetica.blogspot.com/

Para cada dia da semana, uma poesia é publicada! Não é o máximo?!

Eles já estão a organizar o calendário de 2021.

Adianto o que ocorrerá no dia 16.mar.2021...


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

GRAMEMAS X LEXEMAS.


1) Gramema: intralinguístico. Seu inventário é fechado. O gramema pode ser dependente ou independente. Em crianças, o s é um gramema dependente. Para, por seu turno, ilustra gramema independente.

2) Lexema: extralinguístico. Fenômeno do mundo social. Seu inventário é aberto. Indica objeto, qualidade ou ações.

Ex.1: em OS PAIS ===> os = gramema (morfema flexional); pais = lexema (morfema lexical). Obs.: a raiz da palavra é considerada lexema puro.

3) Exemplos de morfema zero em termos de número e gênero:

a) pato;

b) girafa.


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VOGAL TEMÁTICA.


Sua função primordial consiste em interligar o radical às desinências das palavras. ATENÇÃO: radical + vogal temática = TEMA. A ele são adicionadas as desinências. Dica: tanto os verbos como os nomes contêm vogais temáticas.

(A) Vogais temáticas nominais

-Se a palavra for átona, é fácil localizar a vogal temática nominal: terminará a própria palavra! Nesse caso, o A, E, O se acomplam à desinência indicativa de plural. Ex.: meninas.

IMPORTANTE:

-não apresentam vogal temática as palavras finalizadas por vogais tônicas. Explicando de outro modo: se a palavra findar por Á, É, Ó, inexistirá o fenômeno;

-vogal temática não é sinônimo de desinência indicativa de gênero. E.G.: na palavra igreja, o /a/ é vogal temática, mas não marca o feminino. Por quê? Fácil! - Existe a palavra "igrejo"?! - Claro que não!

(B) Vogais temáticas verbais.

Super simples: marcam a conjugação verbal. A 1ª conjugação é definida pela vogal temática A (ex.: cantar); a 2ª, pela E (ex.: comer); a 3ª, I (ex.: partir). 

Obs.: o verbo PÔR (e seus derivados) é classificado como de 2ª conjugação, muito embora não seja terminado em E.

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terça-feira, 20 de agosto de 2019

Reflexões de Genoca...


"De repente teve vontade de chorar. Os sinos lhe traziam tantas recordações... [...] 

Era alegria ou desespero o que ele sentia? [...]

Por que era que se sentia tão inferior diante daquela gente? Talvez porque eles passavam sem lhe dar atenção [...]".

Érico Veríssimo. Em OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO. 



Fografia: J. Rone N. Santos. Ago.2019.

Linguística X linguística aplicada (LA).

1) LA ===> desmembramento da linguística. Mas o que é isso? A linguística estuda cientificamente a linguagem. Marco referencial do assunto: (1916) CURSO DE LINGUÍSTICA GERAL, de Saussure. Antes, a filologia se encarregava de investigar a origem da língua pelo método histórico-comparativo diacronicamente.

1.1) A fala, para Saussure, é o uso (individual, subjetivo) que fazemos do sistema de signos.

2) Signo ===> é arbitrário. Compõe-se de:

a) significante = imagem acústica desdobrada em fonema e grafema (representação da palavra). Tem a ver com som. Logo, relaciona-se à fonologia;

b) significado = conceito. Fenômeno semântico.

3) A língua é, pois, um sistema de signos compartilhado socialmente. Há regras específicas em cada língua. Há quem diga até que mais está para forma que para substância.

4) Pierce ===> "Pai da Semiótica": estudou a língua em seus contextos de uso (além de signficante e significado, contribuiu com a ideia de interpretante).

5) O linguista teórico, portanto, descreve a língua.

6) Como a linguística pode contribuir com o ensino? - Por meio da denominada LINGUÍSTICA APLICADA. É transdisciplinar, instrumental. Parte da observação para resolver problemas concretos que surgem com o uso da língua.

6.1) A LA não representa aplicação de teoria.

6.2) A linguística teórica descreve + teoriza. Visão disciplinar.

6.3) LA ===> surge como proposta de investigação científica a partir de meados do século XX nos EUA e UK. Propõe-se a ser contributiva. Pensa o ensino. Visa a facilitá-lo mediante métodos e metodologias extraídos das práticas sociais com o uso da língua. Trata-se de desdobramento da linguística. 


Arte de J. Rone N. Santos. Ago.2019.

Que são morfemas?

1) Trata-se da menor unidade de sentido que forma a palavra. Eis a ideia elementar de morfema.

IMPORTANTE: 

a) o morfema zero marca o masculino (convenção). Ex.1: em pato, o "o" marca o substantivo. Ex.2: em patos, o "s" evidencia a marca de plural;

b) o morfema "a" marca o feminino.

2) ALOMORFIA = variante. Significa possibilidades mórficas distintas para o mesmo significado. Ex. 3: i e in ===> imortal X infeliz.

3) GRAFEMA = representação das palavras.

4) GRAMÁTICA INTERNALIZADA ===> abrange o uso padrão e o não padrão da língua.


Fotografia: J. Rone N. Santos. Ago.2019. Do livro: POESIAS E ALFORRIAS.

domingo, 18 de agosto de 2019

Augusto dos Anjos


O TUDO E O NADA

É nada o milênio no calendário de Deus
É tudo a dor, a doença no homem sem
É nada a bactéria antropofágica, até
É tudo, porém, na proliferação até o adeus

É tudo o cosmos infinito em mistério
É nada a volição das almas em liberdade
É tudo pequeno pão na mão da caridade
É nada a morte nas ciências ignotas do etéreo

O tudo e o nada, o alfa, o ômega, luz e treva
São faces da realidade que não raro entreva
O homem céptico e rastejante inferior

O tudo esconde o nada, o nada àquele oculta
o amor tudo une na paz que lhe exulta
Por pleno ao nada, vazio ao tudo no interior.

Referência:

GOMES, Ana Paula de Oliveira; PONTES FILHO, Valmir. A validade jurídica da prova psicográfica. Natal/RN: Offset Gráfica e Editora, 2017.

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Leituras clássicas...

Cícero (103-43 a.C.) - p. 42: "[...] não é apenas o que o solo produz que me agrada, é também a potência generosa da própria terra".

Referência:

CÍCERO, Marco Túlio. Saber envelhecer e a A amizade; tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2010.

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Clarice Lispector (1920-1977) - p. 112: "Quando eu aprendi a ler e a escrever, eu devorava os livros! [...] Eu pensava que livro é como árvore, é como bicho: coisa que nasce! Não descobria que era um autor! Lá pelas tantas, eu descobri que era um autor! Aí disse: 'Eu também quero'".

Referência:

GOTLIB, Nádia Battella. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

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Jean-Paul Sartre (1905-1980) - p. 57: "[...] construo sonhos a partir de palavras, isso é tudo".

Referência:

SARTRE, Jean-Paul. A náusea; tradução de Rita Braga. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

HENRY DAVID THOREAU

“A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero direito”.

Eis o ideal libertário (século XIX)




Fotografia: Ana Paula Gomes. Ago.2019.


segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Pitó

Titular de disciplina dramática, enigmática, estática, dogmática, enfim, problemática. Mais preocupado com as madeixas, vive com pitó (ou coque, como preferir o caro leitor). A dúvida eloquente: para que cabelo grande se vive de pitó?!
Mas isso é outra história! Eis o insólito método de trabalho adotado: divisão do grupo em "equipes". Nunca algo foi tão expressivo: o dividir para conquistar. Na verdade, pensa conquistar.
EQUIPE 1: os elementos já morreram e não sabem. Defuntos em vida. Tema: métodos de ensino. Power point não é point. Leituras isoladas dos textos. Equipe, grupo ou agrupamento?
Quatro membros amputados, um dos quais com fones auriculares. Amputação mental na verdade. Matéria velha em disputa com a suposta matéria nova. “Tripálio” sem rumo. Desconexão entre o tudo e o nada. Desordem no caos. Processo de transmissão. Falta de assimilação.
Percepção subjacente: o carro tem quatro rodas e um motor. O gato mia e o pinto pia. O que querem dizer com isso?! Livro folheado. Livro não lido. O vácuo em ação. Infantilização da turma. Medição por curta régua. Literalmente, seres sem luz? Absoluta presunção de culpabilidade? Hiato... Conteúdo? Controle e avaliação dos resultados escolares. Olhos fechados. Mentes que a si mentem.
Função como um todo. Aula em número. Número de aula. Inadequação. Tarefa de casa. Dificuldade. Pegada ecológica?! – Nem pensar ousar. O certo: essa “educação” mais está para uma falta de educação. O que foi mesmo que aconteceu se é que ocorreu?!
EQUIPE 2: fantoches. Ausência é presença. Gritos. Má vibração. Chicletes. Avaliação escolar novamente? "Ploct". Ponte que liga o nada a lugar algum. Mão no peito. Leitura sofrível. Apresentação que nada tem a apresentar e a presentar/presentear quão menos. Réus confessos. Pontos críticos. Inusitada leitura em trote. Marcha. Dados consolidados. Polifonia. Analfabetismo funcional. Para terminar em grande estilo...
-“Assim, assim, assim e é isso, isso e isso”.
Vale a pena discutir essa “relação”? Quiçá, melhor tirar os óculos - por sinal, termo plural. O negócio é ver e não enxergar mesmo. A dúvida eloquente persiste: para que cabelo grande se vive de pitó?!

Texto da professora Ana Paula.
Obs.1: qualquer semelhança com a realidade... Mera coincidência?!
Obs.2: a crônica participou de concurso literário. Naturalmente, foi eliminada, amputada, desclassificada...!!!


Foto: J. Rone N. Santos. Ago.2019.



Belezas do Nordeste do Brasil!







Fotografias: J. Rone N. dos Santos. Solânea/PB. Ago.2019.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Atribuído a Charles Chaplin...

"Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror".



Foto e arte em vinil: Ana Paula Gomes. Ago.2019.


"LA PUERTA ABIERTA"

CENA 1: por volta das 13h, “O Bruxo” passa alegre e fagueiro com “O instrumento – mui amigo da onça” (a letra i, intencional e estrategicamente, é minúscula em virtude do objeto-sujeito). “O Bruxo” - não que mereça as maiúsculas, mas em nome da antítese em relação ao objeto-sujeito - pensa transitar livremente pela tribo, a seu ver, inferior. Sente-se superior a tudo e a todos.

CENA 2: não contava a dupla com um detalhe: la chouette estava no pedaço. A todos observava. A porta aberta. Olho vivo. Vazio tétrico. Constrangimento. O poder místico da coruja: mistério, inteligência, sabedoria, conhecimento.

CENA 3: “O Bruxo” e “O instrumento” passaram horas confabulando as quatro operações. Aquele com suas falácias. Este com os cálculos. Nessa hora, la chouette quisera ser uma mosca socrática espiã. Porém, dada a previsibilidade da maldade da dupla, la chouette e sua amiga “A Defunta” (aquela que morreu para Neverland e vive para suposta nova land) conseguiram deduzir o ponto de chegada da profana comédia mundana.

CENA 4: depois das 16h, “O Bruxo” e “O instrumento” deixaram a toca. O preceito bíblico se cumpriu: “Não há nada encoberto que não venha a ser descoberto”. A dupla se foi. La chouette cerrou a porta da cela.


Texto adaptado: PRINCÍPIO DO FIM.
Arte em vinil e fotografia: Ana Paula Gomes. Ago.2019.

LIBERDADE RIMA COM VERDADE


A LIBERDADE É A VERDADE DO POETA

Glória, tropeços, vida, memória...
Ao combater o bom combate
Teatro de operações de solidário resgate
Pelo poder do exemplo
De quando em vez, em meio a dor, ao desalento
Por trás da de cada pessoa tem uma história
Traz cada sujeito
O valor do que lhe é feito
A liberdade é vivo templo
Luz e sabedoria
O homem é aquilo que historia
E a história só se orgulha da pessoa
Se a pessoa se orgulha do que é
Então, a palavra de ordem é fé!
Fé no ser, no trabalho, no aprender
No porvir, no devir
Fé na vida
Com liberdade
Há confiança
No reconhecimento dos limites e possibilidades
À espera do amor de Deus operar impossibilidades
Por trás de cada vida,
Idas e vindas tem uma história
A poesia é a vida do poeta
Cá dentro é
A verdade revela coisas belas
A liberdade é a verdade do poeta
A poesia...
Sua biografia.

Por Ana Paula Gomes

Texto publicado por editora Chiado.

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A Raul Seixas...


AGENTE TRANSFORMADOR


O intitulado "doido"
Nada tem de doido. Mais se aproxima de ser doído
E sofrido
É o mais lúcido dos sujeitos
Consegue ver, com absoluta lucidez, as "babaquices" dos conceitos
Combate o pseudo elitismo
E o conformismo
Questiona a hipocrisia sem pudor
Como agente transformador
Faz do afirmado impossível
Simplesmente possível
E crível
O que seria da humanidade
Sem a força criativa e a bondade
Do doido
Ser doído
Incompreendido
E sofrido.



Do livro: PRINCÍPIO DO FIM. 
Texto e pintura de autoria de Ana Paula Gomes
Fotografia: J. Rone N. Santos. Ago.2019.