quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

10 dicas sobre TEORIAS DA MOTIVAÇÃO. PC/RN - FGV. Pela professora Ana Paula Gomes.

 

Motivação: é complexa. Envolve fatores internos (ex.: emoções) e externos (ex.: punições, recompensas). Principais teorias explicativas para concursos públicos...


1) Maslow ===> teoria das necessidades. Ideia: há relação entre satisfação das necessidades e motivação:


(A) NECESSIDADES FISIOLÓGICAS – básicas. Exs.: saciar fome e sede;


(B) NECESSIDADES DE SEGURANÇA – proteção contra perigos e riscos;


(C) NECESSIDADES SOCIAIS – pertença em termos de amor e relacionamentos;


(D) NECESSIDADES DE ESTIMA – autoestima + confiança + respeito dos outros;


(E) NECESSIDADES DE AUTORREALIZAÇÃO – êxito pessoa e profissional.


Novas aspirações surgem sempre que um desejo é alcançado.


2) Herzberg – teoria dos dois fatores (higiênicos + motivacionais).


Fatores higiênicos: são extrínsecos. Localizados no ambiente e controlados pela organização. São necessários, porém, não suficientes. Ex.: salários.


Fatores motivacionais: intrínsecos ao indivíduo. Se presentes, há satisfação. Ausentes, insatisfação. Ex.: sentimento de crescimento individual.


Obs.1: o trabalho e os fatores a ele relacionados podem motivar a pessoa.


Obs.2: fatores ambientais podem causar insatisfação. Ex.: salários.


3) McGregor – também trabalhou com fatores extrínsecos (ex.: benefícios) e intrínsecos (ex.: capacidade de resolver problemas). Para ele, elementos motivadores funcionam se o indivíduo já estiver motivado pessoalmente (fator intrínseco). Teorias:


X ===> o trabalho é, em si, desagradável à maioria;


Y ===> o trabalho é tão normal quanto o lazer se as condições forem favoráveis.


4) McClelland – teoria das 3 necessidades adquiridas socialmente ===> o comportamento humano é orientado por:


realização = competir em face de objetivos desafiadores;


afiliação = relacionar-se (sentir-se querido);


poder = exercer influência, buscar controle sobre os outros.


5) Teoria do campo de Lewin – raízes: TEORIA/ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS (experimento de Hawthorne).


COMPORTAMENTO = FUNÇÃO da PESSOA e MEIO


Pessoa = genética + aprendizagem.


Essa teoria explica o porquê de um objeto poder ser visto e interpretado, de modo diverso, por cada pessoa.


O indivíduo se comporta conforme suas percepções (não necessariamente conforme a realidade).


6) TEORIA DA EXPECTATIVA (EXPECTÂNCIA) DE VICTOR VROOM – o indivíduo atinge objetivos por expectativa de satisfação pessoal (não necessariamente por necessidade).


MOTIVAÇÃO = EXPECTATIVA x INSTRUMENTALIDADE x VALOR


EXPECTATIVA: análise das possibilidades. Se a pessoa acreditar que não consegue, desmotiva-se.


INSTRUMENTALIDADE: que eu ganho com isso?


-VALOR: prós X contras.


7) Lawler – também trabalha com a ideia de “expectação”, mas em termos de resultado financeiro.


8) Chester Barnard – teoria da aceitação da autoridade conforme:

compatibilidade entre objetivos pessoais e da empresa;

capacidade de cumprimento da ordem.


9) Teoria psicanalítica – raiz em Freud. Estuda o inconsciente, pulsões (estímulos), mecanismos de defesa.


10) Teoria de Nuttin – aborda componentes cognitivos e relacionais. Leva em consideração os projetos de vida.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Feliz Natal!!!

"Sigamos  para  a   frente de  coração  limpo  e consciência  reta,  com  o melhor desempenho de nossos próprios   deveres.   E,   dentro    dessas   normas,   toda dificuldade no  caminho ser-nos-á  valioso ensinamento, e não teremos  motivo  para  temer senão a nós mesmos, porque somente em nós mesmos residem a inferioridade e a sombra, que nos induzem à tentação".


Emmanuel

                                                           (Chico  Xavier)


sábado, 19 de dezembro de 2020

OPERAÇÃO DÍNAMO

Recitação inspirada em caso real.


Só clicar:


https://youtu.be/hBT_KNX0_Po


 

DIALÉTICA ERÍSTICA

Pela professora Ana Paula Gomes


Arthur Schopenhauer, filósofo germânico e difusor do pensamento oriental no Ocidente, era leitor do Bhagavad Gita. “A Sublime Canção”, poema místico-filosófico e texto mais venerado pelos hindus, ofertou-lhe forças durante a vida e consolação para a morte. 


Dito isso, o sistema filosófico de Schopenhauer advertiu sobre os perigos de querer-se vencer a todos custo um debate, ou melhor, como vencer um debate sem precisar ter razão. Desde o século XIX, mediante trinta e oito (38) estratagemas (dialética erística), o filósofo concluiu:

I–generalize as afirmações do seu oponente. Comentário: quanto mais geral se torna uma afirmação, mais ataques pode receber;

II–homonímia – mude os significados das palavras-chave do oponente. Comentário: homônimos são palavras que apresentam conceitos diferentes. Ex.: alto X auto. A ideia é dar a impressão de que se refutou afirmação original;

III–confunda argumentação. Comentário: interpretar a afirmação estabelecida de maneira relativa, em sentido completamente diferente e então refutá-la pelo sentido que o falante não quis;

IV–prepare o caminho, mas oculte a conclusão. Comentário: esconder o jogo até que se obtenham todas as admissões necessárias;

V–use as premissas do seu oponente contra ele. Comentário: argumenta-se conforme a maneira de pensar do oponente;

VI–mude as palavras do oponente para confundi-lo. Comentário: petição de princípio – sofisma que supõe verdadeiro o que ainda deve ser provado (petitio principii);

VII–faça o oponente concordar de forma indireta. Comentário: a ideia é fazer muitas perguntas amplas de uma vez para esconder o que se quer que o oponente admita. Além disso, apresentar rapidamente o argumento resultante de suas admissões;

VIII–desestabilize o oponente. Comentário: provocar a raiva, repetidas injustiças e até insolência;

IX–disfarce seu objetivo final. Comentário: o propósito é causar confusão. O tópico se relaciona à estratégia IV;

X–use a psicologia da negação. Comentário: não deixar o oponente perceber que frase se deseja aprovação. Pelo menos, apresentar duas para escolha pelo adversário. Obs.: se necessário, perguntar o oposto da oposição utilizada;

XI–tome um conceito geral para o caso particular. Comentário: faz-se uma indução e o oponente cede em casos individuais;

XII–uso sutil dos vocábulos – renomeie as mesmas palavras. Comentário: deve-se escolher a parábola favorável da afirmação utilizada;

XIII–apresente uma segunda opção inaceitável. Comentário: para fazer com que o oponente aceite uma afirmação, deve-se dar a contrária também e deixá-lo escolher;

XIV–acuando os tímidos. Comentário: se quem ataca é atrevido ou tem boa voz, pode conseguir ter razão. Fallacia non causae ut causae – tratar como prova o que não é prova;

XV–utilize paradoxos – para situações difíceis. Comentário: se necessário, argumentar até ad absurdum para ganhar;

XVI–desqualifique o argumento do outro. Comentário: buscar inconsistências nas afirmações dos oponentes;

XVII–faça uso da dupla interpretação. Comentário: se o oponente oferecer contraevidência, utilizar diferenciação sutil;

XVIII–mude o curso; interrompa antes da perda certa. Comentário: distrair o oponente, levar a discussão para outras pessoas;

XIX–desfoque; depois, encontre uma brecha. Comentário: em caso de nada ter a dizer em relação a uma objeção do oponente, generalize e devolva o ataque;

XX–não arrisque num jogo ganho. Comentário: suas premissas utilizadas são verdades absolutas, o que não deixa de ser “Fallacia non causae ut causae”;

XXI–use as mesmas armas. Comentário: se necessário, usar a discussão de estranheza e superficialidade;

XXII–reduza a força do argumento principal. Comentário: declare que o argumento do opositor é uma petição de princípio, redundante e que a questão já se encontra resolvida. Prive o oponente do melhor argumento;

XXIII–provoque o oponente. Comentário: a contradição e a briga estimulam o exagero das afirmações. Obs.: para não cair no jogo de quem deseja vencer a discussão sem ter razão, não deixe o adepto a sofismas exagerar/ampliar as afirmações. Dizer apenas: “Foi o que eu disse e nada mais”;
XXIV–torne a alegação do outro inconsistente. Comentário: usar falsas inferências e apagogia (retórica – prova de uma proposição pelo absurdo da contrária);

XXV–use a exceção para destruir a tese. Comentário: eis a instância do exemplum in contrarium – refutação de uma tese genérica através da utilização de casos isolados compreendidos na tese genérica, mas que não se submete a ela (invalidando a proposição). Guarda imediata relação com apagogia;

XXVI–reforce um aspecto no oponente; depois, destrua seu valor. Comentário: retorsio argumenti = retorsão do argumento. Utilizar o argumento do próprio adversário para atacá-lo; 

XXVII–deixe o seu oponente desequilibrado. Comentário: vulnerabilizar o oponente para atacar;

XXVIII–ganhe a simpatia da audiência e ridicularize o adversário. Comentário: muito comum na discussão entre pessoas cultas diante de pessoas leigas. O riso é aliado. Para a plateia, o ridicularizado foi o derrotado; 

XXIX–não se importe em fugir do assunto se estiver a ponto de perder. Comentário: estratégia ruim. Deve ser usada apenas na falta de opção melhor;

XXX–aposte em credenciais e acue a todos. Comentário: em vez de motivos, utiliza-se autoridade. O jogo é mais fácil quando se tem autoridade que o oponente respeita;

XXXI–complique o discurso de seu oponente. Comentário: caso não tenha nada para contradizer o argumento do adversário, declare-se incompetente em tom irônico. Ex.: “O que você diz agora ultrapassa o meu fraco poder de compreensão”. Deve-se utilizar o truque só quando se tem certeza de que os ouvintes o têm em melhor estima comparativamente ao oponente;

XXXII–“cole” um sentido ruim na alegação do outro. Comentário: colocar categorias odiosas na fala do opositor. Ex.: isso é maniqueísmo, ateísmo (… );

XXXIII–invalide a teoria pela prática. Comentário: certo na teoria, mas errado na prática. Logo, existe erro na teoria ou algo não foi percebido;

XXXIV–encontre e explore o ponto fraco. Comentário: se o oponente tentar mudar de assunto ou mesmo quedar em silêncio, isso pode ser sinal de fraqueza. Deve-se, assim, insistir no ponto e não deixar que o oponente fuja do debate;
XXXV–mostre ao seu oponente que está lutando contra os próprios interesses. Comentário: o que não é do interesse parece absurdo ao intelecto na maioria das vezes. Tentar demonstrar que a opinião do oponente, se comprovada, arruinaria os próprios interesses. Em vez de agir sobre o intelecto por meio de argumentos, agir sobre a vontade do oponente e dos ouvintes;

XXXVI–confunda e assuste o oponente com palavras complicadas. Comentário: a ideia é impressionar com besteiras que parecem profundas e eruditas;

XXXVII–destrua a tese boa pela prova frágil. Comentário: utilizar quando o oponente tem razão na questão, mas (felizmente) escolhe uma evidência ruim;

XXXVIII–como último recurso, partir para o ataque pessoal. Comentário: quando se percebe que o oponente é superior, deve-se ser ofensivo e rude. Sair do assunto da discussão (porque o jogo está perdido) e atacar, de alguma maneira, aquele com o qual se disputa (última esperança).

@engenhodeletras