sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Acadêmica Ana Paula Gomes. Patrono: Belchior.

 Cearenses e gaúchos

Andarilhos brasileiros

Mui alembram o maxixe, 

Ovalados a germinar. 

Rio Grande acolhedor 

Do artesão de palavras: Belchior! 

A conduzir destinos

Do sertão, a ultramar.

Espaço-tempo sideral... 

Disjunção, injunção 

Gado e charqueada 

Carne de sol do Ceará. 

Às margens do Jaguaribe, 

Vidas em desmoronamento 

Sobreveio ingrata seca 

Ao vaqueiro valente, castigar. 

Angustiante seca... 

Gados e pastos dizimados 

No Ceará-Saara deserto 

Dor em aberto a cantigar. 

Delicadeza do tempo 

Os irmãos Pinto Martins 

Calafrio e temor entrementes 

Devagar e sempre a divagar. 

Na lida pelejaram, 

Não encontraram solução. 

Léguas tiranas… Saíram-se indo... 

O charque já sem opção. 

Rumaram a Pelotas 

Viajaram s’embora 

A terras acolhedoras 

Fraternas, mas assaz remotas. 

Outra sina de existir... 

Cearenses e gaúchos 

Andarilhos brasileiros

Carregantes do ir e vir. 

Ondeiam bagagens da vida 

Da Ponta do Seixas, 

Às beiras do Moa, retirantes 

Viajantes do Oiapoque ao Chuí. 

Alteridade tem o maxixe... 

Fruto, em todo canto, a brotar! 

Churrasco, maxixe e farinha

Unem o Rio Grande ao Ceará!

@engenhodeletras

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